IgesDF conta com 251 profissionais da área; confira relatos de experiências de quem se dedica a esse público nas unidades de saúde Amor, cui...
IgesDF conta com 251 profissionais da área; confira relatos de experiências de quem se dedica a esse público nas unidades de saúde
Amor, cuidado, dedicação, entrega e empatia estão presentes diariamente na rotina de quem escolheu a profissão de cuidar de um ser humano desde seus primeiros segundos de vida. Hoje, 27 de julho, é celebrado o Dia do Pediatra, médico responsável pelo cuidado integral das crianças desde o nascimento até a adolescência.
Atualmente, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), possui atendimento de Pediatria no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Sobradinho, São Sebastião, Ceilândia I e Recanto das Emas, além dos cuidados em UTI Pediátrica no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Ao todo, são 251 pediatras que fazem parte do quadro de pessoal do Instituto.
A atuação desses profissionais é marcada por desafios, mas também por histórias de superação e cuidado humanizado. É o que relata Adriana Rodrigues de Melo, mãe de Desmond Samuel Dourado, de 9 anos, internado no HRSM com um quadro de bronquiolite.
“Ele tem paralisia cerebral, causada por kernicterus, aquela icterícia intensa que atinge o sistema nervoso. Recentemente, pegou gripe, teve rinovírus, que evoluiu para pneumonia, com atelectasia nos dois pulmões. A internação aqui já dura 10 dias, mas estou muito feliz com o atendimento. Os pediatras demonstram um cuidado que meu filho merece. Ele está evoluindo melhor do que eu imaginava”, conta.
No pronto-socorro infantil do HRSM, a médica Maria Fernanda Spigolon acompanha de perto casos como o de Desmond e descreve a intensidade emocional da profissão. “Escolhi a pediatria sabendo que seria difícil, mas nunca imaginei o quanto seria transformador. Ser pediatra é conviver com extremos. É ver a leveza de um sorriso em meio ao caos, a força de um corpo tão pequeno lutando pela vida”.
Segundo ela, é preciso saber ouvir um choro, interpretar um silêncio, acolher uma mãe em pânico e um pai exausto, enquanto se mantém a serenidade para cuidar da criança. “Dói ver uma criança sofrer. Não importa quantos plantões venham, nunca é fácil, mas tudo se torna uma grande recompensa quando um quadro grave é revertido, ver o alívio voltar ao rosto de uma família e sentir o abraço apertado e emocionado de uma mãe”, relata Fernanda.
Na UPA da Ceilândia, a médica Andrezza de Mattos Aguiar também vive diariamente os desafios e recompensas de atuar na linha de frente do atendimento pediátrico. Com pouco mais de um ano na unidade, ela destaca o quanto a profissão vai além do cuidado clínico.
“Eu costumo dizer que não escolhi a pediatria, mas o contrário. Não se trata simplesmente de gostar de cuidar de crianças, mas de ajudar a decifrar um ser humano em formação. Ajudar os pais a entender e formar uma pessoa é incrível. Na emergência, sei o quanto é desesperador ver um filho doente. Poder ajudar a criança dando conforto a ela e à família é um desafio maravilhoso e reconfortante”, conta.
Cuidado desde os primeiros minutos de vida
O pediatra neonatologista André Simões atua no Centro Obstétrico (CO) e na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do HRSM. No início da faculdade ele não tinha intenção de se especializar em pediatria, mas no último ano de medicina percebeu que era uma área desafiadora. Além disso, optou pela subespecialidade de neonatologia porque viu que os recém-nascidos, principalmente os prematuros, precisam de alguém que oferece além do cuidado.
“Eu vi que eles eram pacientes, bebês inocentes, que precisavam de alguém para cuidar deles. Conseguimos estar presentes no momento do nascimento e percebi o quanto eles são extremamente guerreiros, e se recuperam de uma maneira surreal”, explica.
Na sua percepção, o maior desafio da área se refere ao acolhimento das famílias, pois a expectativa que se cria é a de levar o recém-nascido para casa logo após o nascimento, o que não ocorre em casos de partos prematuros.
“Temos que acolher os pais durante um longo período de internação, com possíveis intercorrências e, a pior parte é quando ocorre um desfecho desfavorável resultando em óbito. Ao informar os pais, buscamos acolhê-los com empatia, de forma carinhosa e efetiva”, descreve.
No entanto, as vitórias em casos complexos motivam o médico, principalmente quando há prematuros extremos, como por exemplo, os nascidos de 23 semanas e com cerca de 500 gramas. “Muitos conseguem se recuperar plenamente e recebem alta médica, indo para casa sem nenhuma sequela. Casos assim me motivam a ser um ser humano melhor, é uma área que me transformou”, afirma.
Da redação, Com informações do IgesDF
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