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Eleitos para o Conselho de Juventude do DF querem estreitar o diálogo com o governo e ampliar políticas públicas

Conjuve-DF retoma atividades com seis novos representantes escolhidos por votação direta; posse está marcada para o Dia Internacional da Juv...


Conjuve-DF retoma atividades com seis novos representantes escolhidos por votação direta; posse está marcada para o Dia Internacional da Juventude

No início de julho, a Secretaria da Família e Juventude do Distrito Federal (SEFJ-DF) elegeu os seis representantes que vão compor o novo Conselho de Juventude do DF (Conjuve-DF). Ao todo, 482 jovens, com idades entre 16 a 29 anos, compareceram para a votação. Criado pela Lei nº 7.529/2024, a Conjuve tem o objetivo de ampliar a participação da juventude nas decisões públicas e fortalecer o diálogo com o governo. O mandato é de dois anos, sem remuneração, com possibilidade de uma recondução. A posse dos eleitos está prevista para 12 de agosto, quando se celebra o Dia Internacional da Juventude.

Com o Conjuve, jovens do DF podem contribuir para a criação e o aperfeiçoamento de políticas públicas | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

O secretário da SEFJ-DF, Rodrigo Delmasso, avalia que a eleição da Conjuve-DF representa não apenas um marco para a atual gestão, mas um novo capítulo na história da juventude do DF. “Pela primeira vez, os jovens puderam escolher seus representantes, e agora participarão de forma ativa dos trabalhos do Conselho. Os eleitos possuem uma missão especial de serem os porta-vozes da juventude do Distrito Federal, apresentando soluções para as demandas enfrentadas e fazendo valer o voto de confiança que receberam de seus eleitores e do Governo, que acredita desde o início na potência dos nossos jovens”, afirma.

Segundo ele, o governador Ibaneis Rocha e a vice-governadora Celina Leão demonstram, mais uma vez, que acreditam e confiam nas sementes que estão sendo plantadas hoje, e que impactarão as próximas gerações. “O Conselho de Juventude servirá como uma ponte de interlocução de suma importância, entre os jovens e o poder público no auxílio das políticas públicas.”

Os eleitos da Conjuve-DF contam como pretendem atuar e estabelecer diálogo com o poder público. O mais votado entre os representantes, Daniel Kennedy, 24 anos, afirma que a principal motivação para disputar uma vaga no Conselho foi o compromisso de longa data com as pautas da juventude. Envolvido com o movimento estudantil, ele defende que a participação da sociedade civil em espaços de decisão pode transformar a realidade. “Minha candidatura foi exatamente para mostrar aos jovens que eles podem ocupar esses espaços, e para trazer esse senso de urgência e preocupação que a juventude tem.”

Daniel Kennedy recebeu a maior quantidade de votos na eleição para o Conjuve-DF e quer atuar para reforçar o acesso a políticas públicas já existentes. "São iniciativas pouco conhecidas ou pouco acessadas por parte da juventude, e precisamos garantir que esses direitos cheguem a quem precisa"

Durante o mandato, Daniel pretende priorizar três grandes temas. O primeiro é a inserção dos jovens no mercado de trabalho, especialmente o acesso ao primeiro emprego. Ele destaca o dilema enfrentado por muitos jovens de Brasília entre estudar para concursos públicos e buscar vagas na iniciativa privada, onde a exigência de experiência é um obstáculo. Para ele, é essencial criar mecanismos, em parceria com o setor empresarial, que facilitem a entrada dos jovens no mundo do trabalho.

Outro eixo importante para Daniel é o incentivo ao esporte como ferramenta de inclusão e prevenção à criminalidade e ao uso de drogas. Ele defende a ampliação das ações já promovidas pela Secretaria de Esporte e Lazer do DF e maior divulgação dessas iniciativas. Além disso, quer reforçar o acesso às políticas públicas já existentes, como o ID Jovem, um programa que possibilita os benefícios de meia-entrada em eventos e garantia de vagas gratuitas ou com desconto no sistema de transporte coletivo interestadual. “São iniciativas pouco conhecidas ou pouco acessadas por parte da juventude, e precisamos garantir que esses direitos cheguem a quem precisa”, conclui.

"O que eu quero é acompanhar desde o começo: qualificar, empregar e seguir acompanhando aquele jovem, a família e a comunidade”, diz Claudemar Tres, morador da Estrutural

Claudemar Tres, de 26 anos, um dos seis eleitos, também prioriza a empregabilidade como a principal pauta. Para ele, a dificuldade de inserção dos jovens no mercado de trabalho é hoje uma das maiores violações de direitos da juventude. Ele reconhece que há iniciativas do governo, como o programa Jovem Candango, mas acredita que ainda é possível avançar muito mais. Seu foco será garantir que os jovens tenham acesso não só a capacitação, mas também a oportunidades reais de emprego e acompanhamento contínuo.

Morador da Estrutural, Claudemar trabalha atualmente como vigilante e se vê como uma ponte entre a juventude e o poder público. Ele também acompanha de perto as transformações que vêm ocorrendo na Estrutural, como a reforma da Quadra 2, antiga quadra 12, que recebeu investimentos de infraestrutura. Para ele, essas ações mostram aos jovens que o poder público pode, sim, fazer a diferença. “Quando a juventude vê a água potável chegando, a pavimentação sendo feita e a instalação de papa-lixo, tudo isso impacta. Aquela área era tomada pelo lixo espalhado. Agora está sendo transformada”, relata.

Claudemar acredita que a juventude da Estrutural ainda enfrenta extrema vulnerabilidade e precisa de incentivo para sonhar. "O que eu quero é acompanhar desde o começo: qualificar, empregar e seguir acompanhando aquele jovem, a família e a comunidade.” Ele afirma que a atuação dele não será restrita à Estrutural. Pretende estender esse modelo de acompanhamento a todas as regiões administrativas que precisarem. “Esse vai ser o foco do meu trabalho.”

Fala Galera

"Esse Conselho está ressurgindo agora, então a turma eleita vai ter o desafio de construir um canal direto com o governo", avalia Laura Gisler, também eleita para o Conjuve-DF

A Secretaria da Família e Juventude do DF criou o projeto Fala Galera, com o objetivo de dar voz e visibilidade aos jovens de 15 a 29 anos. A iniciativa é itinerante e percorre as escolas das redes de ensino pública e privada do DF para ouvir e registrar as demandas da juventude que são encaminhadas às secretarias competentes. Entre 2023 e 2025, mais de 600 sugestões foram recebidas, que englobam temas como saúde, segurança, transporte, cultura e lazer. A meta até o fim de 2025 é atender às 16 unidades escolares restantes da rede pública e 47 unidades da rede privada, totalizando 12 mil jovens atendidos.

A estudante de psicologia Laura Gisler, de 25 anos, uma das eleitas do novo Conjuve-DF, ressalta que, de certa forma, já vem fazendo isso como presidenta regional da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Distrito Federal, cargo que lhe proporcionou, nos últimos dois anos, um contato direto com diversas realidades locais. “Agora quero contribuir ainda mais, ajudando a pensar diretrizes, perguntas… Acho essencial dar espaço para que a juventude fale. Esse é o principal motor das transformações, tanto internas quanto externas, nos movimentos sociais.”

“Estive rodando o DF, conhecendo faculdades, escolas… E acho que o espaço do Conjuve tem que ser ocupado por pessoas que estão nessa luta diária, que conhecem o DF e estão inseridas em movimentos sociais. Foi por isso que eu coloquei meu nome à disposição para cumprir essa tarefa”, afirma. Entre os temas que pretende priorizar durante o mandato, Laura destaca a educação, a saúde, a mobilidade e a diversidade. “São áreas nas quais acredito que posso incidir com mais qualidade”, diz.

Sobre o papel do Conselho no diálogo com o governo, ela avalia ser um dos principais desafios da nova gestão. “Esse Conselho está ressurgindo agora, então a turma eleita vai ter o desafio de construir um canal direto com o governo. Precisamos de mais leis, ações e iniciativas que dialoguem com a vida real da juventude do Distrito Federal.” Para ela, a juventude é muito diversa e está em constante transformação. “A gente muda rápido. Cinco anos atrás, o TikTok nem tinha esse impacto todo. Muda o comportamento, muda a linguagem. Então, precisamos de uma proximidade real com a base para pensar políticas e iniciativas que sejam realmente essenciais para nós.”

Da redação do Portal de Notícias

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