Alteração serve para reforçar a prevenção e despertar os cuidados em pessoas com pressão em 12 por 8. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF A...
Alteração serve para reforçar a prevenção e despertar os cuidados em pessoas com pressão em 12 por 8. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF
Apesar da nova leitura, tratamento medicamentoso será iniciado somente a partir do registro de 14 por 9
Larissa Lustoza, da Agência Saúde DF | Edição: Natália Moura
Nesta semana, novas diretrizes passaram a classificar a pressão arterial 12 por 8, antes considerada normal, como pré-hipertensão. Mas, na prática, o que essa alteração representa?
“Isso não quer dizer que vamos começar a medicar pacientes que apresentem esse parâmetro”, esclarece a cardiologista da Secretaria de Saúde (SES-DF) Amabel Brito.
Segundo a profissional, a mudança foca na prevenção e nos cuidados em pessoas nessa faixa de pressão, quando há necessidade de controlar fatores de risco e adotar hábitos de vida mais saudáveis. “É importante ficar de olho no peso, no consumo de sal, sono, alimentação e, principalmente, no exercício físico constante”, pontua Brito.
A cardiologista afirma que estudos relacionados ao assunto apontam um crescimento da mortalidade por doenças cardiovasculares em pessoas com pressão arterial a partir de 12 por 8. “O tratamento, porém, não muda. Só iniciamos o medicamento para hipertensão a partir de 14 por 9”, reforça.
O uso de remédios, contudo, pode ser recomendado para casos específicos, como em pacientes cuja pressão média seja de 13 por 8, acompanhada de fatores de risco: diabetes, doença coronária, derrames etc.
Construção de um novo parâmetro
O documento que altera o patamar da pressão é resultado de cinco anos de elaboração entre as sociedades Brasileira de Cardiologia (SBC), Brasileira de Nefrologia (SBN) e Brasileira de Hipertensão (SBH).
A diretriz atual brasileira segue uma tendência global que vai ao encontro de condutas americanas e europeias. “Todas elas consideram a pressão normal menor que 12 por 8”, destaca Brito.
Para quem já sofre com a hipertensão, o texto torna a recomendação mais rígida. A meta de tratamento reconhece, agora, que manter a pressão a partir de 14 por 9 não é mais suficiente. O alvo passa a ser abaixo de 13 por 8 para todos os hipertensos, independentemente da idade, sexo ou presença de outras doenças.
O limite mais baixo, de acordo com os autores do documento, é essencial para reduzir riscos de complicações como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal.

Internações em queda
No Distrito Federal, dados mais recentes do Infosaúde mostram a queda das internações por hipertensão arterial. Até julho de 2025, foram registradas 189 internações, uma redução de 29,2% se comparadas ao mesmo período de 2024, em que foram registradas 267. Ao todo, foram 429 internações no ano anterior.
Da redação do Portal de Notícias
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