O impacto das telas sobre a mente: quando o excesso digital afeta o bem-estar de crianças e adultos
Psicóloga alerta para os riscos emocionais e comportamentais do uso indiscriminado de celulares e outras tecnologias
O celular está sempre por perto — no trabalho, na mesa de jantar e até nas mãos das crianças. A presença constante das telas se tornou parte da vida moderna, mas o que antes parecia apenas uma ferramenta de conveniência vem se revelando um fator de preocupação crescente para a saúde mental.
De acordo com a psicóloga do Hospital Anchieta, Juliane Schwaab, o uso excessivo das telas tem provocado impactos importantes na mente e nas emoções, tanto de adultos quanto de crianças.
Ela explica que essa tem sido uma das principais pautas entre profissionais da psicologia, da educação e da saúde. “O uso indiscriminado das tecnologias tem trazido consequências significativas. E, quando falamos das crianças, esses efeitos se tornam ainda mais intensos, porque elas estão em pleno processo de desenvolvimento emocional, cognitivo e social”, observa.
O cérebro infantil, ainda em formação, é especialmente sensível ao estímulo rápido e à recompensa imediata oferecidos pelas telas. Esse padrão constante de prazer instantâneo pode comprometer aprendizagem, paciência e tolerância à frustração — aspectos fundamentais para o amadurecimento emocional.
Além disso, o tempo excessivo de exposição reduz o convívio presencial, indispensável para o desenvolvimento da empatia, da comunicação e dos vínculos afetivos. “Quando o brincar, o explorar e o se relacionar são substituídos por telas, a criança perde experiências essenciais para o crescimento saudável”, reforça a psicóloga.
O problema vai além do tempo gasto diante do celular. A exposição prolongada interfere na capacidade de atenção, no sono, na criatividade, nas relações interpessoais e na regulação emocional. Segundo a especialista, quanto mais nova a criança, maior tende a ser o impacto. Em bebês, por exemplo, o excesso de telas pode prejudicar o desenvolvimento da coordenação motora e outras habilidades essenciais, justamente pela falta de interação humana.
Diante desse cenário, o papel dos pais e cuidadores é fundamental. A psicóloga destaca que não se trata de proibir o uso de celulares ou tablets, mas de promover o equilíbrio. “Os adultos precisam atuar como mediadores, estimulando brincadeiras ao ar livre, momentos em família e o convívio com outras crianças. O objetivo é usar a tecnologia de forma consciente, sem deixar que ela ocupe o espaço das relações reais”, conclui Juliane.
Da redação do Portal de Notícias, por Re9 Comunicação