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GDF, o Pioneirismo que salva vidas: médica cria o primeiro banco genético da rede pública do DF e transforma diagnóstico de doenças raras

Geneticista Maria Teresinha foi responsável por implantar o teste do pezinho ampliado, que já identificou milhares de casos; profissional se...


Geneticista Maria Teresinha foi responsável por implantar o teste do pezinho ampliado, que já identificou milhares de casos; profissional será homenageada no Hospital de Apoio de Brasília

Michele Horovits, da Agência Saúde -DF | Edição: Fabyanne Nabofarzan

Há mais de 30 anos, quando o conhecimento sobre genética médica ainda era incipiente no Brasil, a médica Maria Teresinha Cardoso decidiu apostar em um caminho visionário. Foi ela quem criou, em Brasília, o primeiro banco genético da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), revolucionando o atendimento neonatal na capital federal.

Pioneira na implantação e divulgação do teste do pezinho na rede pública, a geneticista foi responsável por levar a triagem neonatal a outro patamar. Hoje, o exame permite o diagnóstico precoce de até 62 doenças raras em recém-nascidos — o que representa um passo decisivo para o início imediato de tratamentos, a redução de sequelas e a prevenção de mortes evitáveis.
 

A médica Maria Teresinha Oliveira criou, em Brasília, o primeiro banco genético da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), revolucionando o atendimento neonatal na capital federal. Foto: Arquivo Pessoal


“É um serviço muito importante para a história do Hospital de Apoio de Brasília (HAB) e para o fortalecimento das políticas públicas do país", afirma Maria Teresinha, que se aposentou em 2024, mas segue atuando como voluntária na unidade hospitalar, considerada referência no tratamento de doenças raras.

Formada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), a médica chegou a Brasília em 1973, quando a genética ainda não fazia parte da estrutura do sistema de saúde local. Começou sua trajetória na SES-DF como patologista clínica, mas nunca abandonou sua paixão pela genética, despertada ainda na graduação, quando foi orientada pela renomada pesquisadora Iris Ferrari da Universidade de Brasília (UnB), referência internacional na área.

Pioneirismo

A dedicação ao tema levou Maria Teresinha a montar, do zero, um pequeno ambulatório de genética no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), que mais tarde se tornaria referência em malformações congênitas. Foi também no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) que ela implantou um sofisticado laboratório de citogenética — técnica capaz de identificar alterações nos cromossomos e diagnosticar doenças genéticas complexas, abortamentos de repetição e casos de infertilidade.
 

Maria Teresinha com geneticistas e bolsistas do  Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). Ela foi responsável por implantar o teste do pezinho ampliado, que já identificou milhares de casos e salvou milhares de recém-nascidos no DF. Foto: Arquivo pessoal


O laboratório, considerado de ponta para a época, cresceu com esforço e persistência. “A gente batia na porta de todos os deputados para modernizar o serviço”, lembra a médica. Com o tempo, vieram microscópios de alta definição, computadores acoplados e softwares que ampliam os cromossomos na tela, reduzindo o tempo e aumentando a precisão das análises. Nos últimos anos, os investimentos superaram R$ 2 milhões.

Excelência no país

Desde então, mais de 10 mil exames foram realizados, ajudando famílias a obter diagnósticos antes inacessíveis. Crianças que antes viveriam sem respostas passaram a ter acesso a tratamentos adequados. Em 2007, a SES-DF realizou o primeiro concurso para médicos geneticistas e criou a residência em genética médica, formando novos especialistas na área.

Em 2013, foi criada a Coordenação de Doenças Raras da Secretaria de Saúde; em 2016, o HAB foi reconhecido como Centro de Referência em Doenças Raras no país; e em 2019, o Hmib também recebeu o mesmo reconhecimento.

Homenagem

Apaixonada pela ciência, Maria Teresinha celebra a evolução tecnológica que acompanhou de perto, como o Projeto Genoma Humano, que identificou os genes humanos em tempo recorde. “Foi uma revolução. Houve um salto no diagnóstico e na prevenção de doenças, com agilidade e redução de custos", destaca.
 

A profissional será homenageada durante a celebração dos 30 anos do laboratório de citogenética, localizado no Hospital de Base do Distrito Federal. A cerimônia reconhece a contribuição fundamental da servidora aposentada. Foto: Arquivo pessoal


Casada com médico e mãe de quatro filhos — três também médicos e um engenheiro —, ela vê com orgulho o impacto de sua trajetória na saúde pública do DF.

No dia 26 de maio de 2025, das 14h às 18h, será realizada uma homenagem à Maria Teresinha Oliveira no auditório do Hospital de Apoio de Brasília. A cerimônia reconhece a contribuição fundamental da servidora aposentada, cuja dedicação e visão foram essenciais para a criação e consolidação da Unidade de Genética da SES-DF. Seu legado segue inspirando gerações e transformando vidas.
 

Da redação do Portal de Notícias

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