Acompanhamento de saúde regular, controle do diabetes e autocuidado são as ações mais importantes para evitar feridas e manter o controle ...
Acompanhamento de saúde regular, controle do diabetes e autocuidado são as ações mais importantes para evitar feridas e manter o controle da doença
Ingrid Soares, da Agência Saúde DF | Edição: Willian Cavalcanti
Uma ferida no dedão, de difícil cicatrização, seguida de infecção foi o que levou à amputação do pé e depois de parte da perna de Luzineide da Silva, 56 anos. Diagnosticada há 15 anos com diabetes tipo 2, ela agradece o acompanhamento que realiza há três anos no Ambulatório do Pé Diabético na Policlínica do Gama. “Me sinto acolhida. As enfermeiras e os médicos são experientes e humanos. Que bom que temos um local como esse aqui para cuidar da gente. Fiz a primeira amputação em janeiro de 2023 e a segunda em abril agora”. Luizineide está aguardando a cicatrização para poder pegar uma prótese.
O pé diabético é uma complicação do diabetes mellitus não controlado e ocorre quando a área machucada ou infeccionada nos pés se transforma em uma lesão (ferida). Trata-se de um dos mais graves problemas causados pela doença, podendo levar à amputação do membro atingido.

A gerente da Atenção Secundária da Policlínica do Gama, Raquel Carneiro, destaca que o acompanhamento de saúde regular e o autocuidado são as ações mais importantes para evitar feridas e manter o controle da doença. “É necessária a limpeza diária e a secagem adequada dos pés após o banho, especialmente entre os dedos, além de verificar se há machucados. Com a enfermidade, a sensibilidade reduz e as feridas não são percebidas”, afirma.
É preciso utilizar hidrantes para evitar o ressecamento da pele; usar calçados adequados, confortáveis e firmes nos pés; cortar unhas de forma reta; verificar a temperatura da água do banho e evitar escalda pés. Para prevenir lesões e complicações do pé diabético, deve-se manter o curativo limpo, fazer a troca periódica e manter a dieta e o controle glicêmico para evitar complicações e amputações.
Com diagnóstico de diabetes tipo 2 e Doença Arterial Obstrutiva Periférica, Francisco Belarmino de Souza, 73 anos, passou por angioplastia e desbridamento (remoção de tecido necrosado), após piora de uma ferida no calcanhar do pé direito. Na Policlínica do Gama, ele realiza a troca semanal dos curativos. “O tratamento aqui é excelente, a equipe é muito atenciosa e profissional. Os curativos são muito bem limpos. Estou bem satisfeito”, relata.

A enfermeira Cíntia Pelegrini ressalta que o plano de cuidado envolve avaliação da ferida, escolha da cobertura adequada, troca do curativo e fixação correta, monitoramento da cicatrização, entre outros cuidados contínuos. “Nossos pacientes são pessoas com histórico recente de amputação de membros inferiores, infecções, lesões nos pés com exposição óssea ou de tendões. É preciso acompanhamento regular com o médico, controlar o diabetes, manter o autocuidado, uma alimentação equilibrada, evitar cigarro e álcool. Se recomendado, atividade física pensada para cada caso”, explica.
Programa Pé Diabético
O programa Pé Diabético conta com equipes de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que oferecem assistência aos pacientes. Somente na Policlínica do Gama, de janeiro a junho de 2025, foram realizados 2.457 atendimentos.
Os sintomas mais frequentes do pé diabético são: fraqueza nas pernas; sensação de formigamento frequente; queimação nos pés e tornozelos; dormência nos pés; dor e sensação de agulhadas e perda da sensibilidade nos pés.

O atendimento inicial do paciente geralmente é realizado pela Unidade Básica de Saúde (UBS). Caso seja necessário, o paciente é encaminhado para atendimento especializado. O programa recebe também pacientes vindos de pós-operatório de procedimentos cirúrgicos, como amputações e desbridamentos, por exemplo.
Além do Gama, a Secretaria de Saúde (SES-DF) oferta o atendimento especializado em Ambulatórios do Pé Diabético de Ceilândia, Taguatinga, Paranoá, Sobradinho, Planaltina, Guará e Plano Piloto, no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh). Nos ambulatórios, são realizados curativos, avaliação da ferida, avaliação dos pulsos em membros inferiores, orientações para o autocuidado e acompanhamento pela equipe da unidade de saúde.

Clique aqui e saiba mais sobre os Ambulatórios do Pé Diabético no DF.
Da redação do Portal de Notícias
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